Jovens Líderes
A geração atual de alunos adolescentes, a chamada geração Z, recebe pesadas críticas acerca de seu comportamento pouco focado, porém multidirecionado. Isso faz com que um dos desafios da educação contemporânea seja cultivar, dentro e fora da sala de aula, o prazer pelo conhecimento.
Sendo assim, tentamos proporcionar espaços mais lúdicos e interessantes, colocando os alunos fora da sala de aula para terem experiências vívidas de seus conhecimentos através de competições, palestras e oficinas.
Com essas experiências, foi realizada uma Revista. Olhando os resultados de hoje, materializados na forma dos textos desta edição da Revista de ADM, tem-se a impressão de que dois fatos merecem destaque em meio a este processo.
O primeiro deles é que ficou evidente, comparando-se os textos de 2015 com os de agora, que houve aprofundamento no pensamento de nossos alunos. No ano passado, tivemos diversas palestras falando, de maneira geral, sobre as demandas impostas sobre o campo da Administração quando “em tempos de crise”. Em 2016, o tema escolhido pelos alunos trouxe à tona a figura dos “jovens líderes”. Pensando na passagem de um tema para o outro, de um ano para o outro, fica sugerida a vontade por parte dos alunos de continuar uma autorreflexão rica, escolhendo um foco de estudo – dentre os muitos dentro da temática da “crise” – para pensarem seu papel de administradores no mundo atual e futuro. Em outras palavras, eles usaram como alicerce os conteúdos de aulas e palestras do ano anterior, encarando neste ano um tema mais complexo, que fala diretamente sobre a capacidade de aprender habilidades e competências para lidar com pessoas, que é um dos aspectos que resume, essencialmente, a figura do líder.
O segundo fato a se notar é que, para a escrita dos textos deste volume, foi pensada uma escrita coletiva em que ficaram estipulados quatro sub-temas dentro da temática dos “jovens líderes”, os quais deveriam ser trabalhados por todas as turmas de ADM ao longo dos dias em que realizaram atividades da Revista. Utilizamos, para tal, um sistema de rodízio amparado pela “metodologia” do handoff, que é uma ferramenta digital para edição de documentos, permitindo aos usuários começarem um arquivo de trabalho em um computador pessoal, em casa, tendo salvamento automático do conteúdo em nuvem e podendo, em outro local, acessá-lo, no ponto em que parou, a partir de um dispositivo móvel. No nosso caso, utilizamos os computadores das salas de aula como nuvem onde seriam salvos os arquivos e rodiziamos professores e turmas, para que tivessem contato uns com as produções e ideias dos outros. Não foi um atividade fácil, nem para professores tampouco para alunos, compor um texto que continha palavras de outros que não estavam presentes.
Assim, o editorial da edição de 2016 da Revista de ADM se fecha com mais dúvidas que certezas – e isso é bom, pois favorece que nos encontremos entre nós, os participantes que deram seu suor para que este volume existisse. Para continuar essa conversa, aqui vão algumas questões para juntos construirmos uma escola capaz de acolher as diversas gerações que vivem interações e aprendizagens cotidianamente, o que exige paciência e generosidade: Como os alunos veem seu próprio pensamento e dos professores? Como os professores veem seu próprio pensamento e dos alunos? Professores e alunos se veem como potências reais para liderança, sabendo que ser líder exige muito de cada um? Foi possível ver alguma aprendizagem na produção coletiva desta edição da Revista? Estivemos empolgados em podermos fazer juntos este trabalho? Como encaramos o esforço ético necessário para que nos fizéssemos entender nos textos? Como encaramos a decepção de não sermos entendidos? O que aprendemos com essa experiência, em grupo e individualmente? Como dar continuidade a esse processo?
Prof. Guilherme Adami (Editor da Revista)
Mary Lessi dos Santos (Coordenadora do Curso Técnico em ADM)
Ana Teresa Gavião Mariotti (Diretora de Formação da FAACG)
